domingo, 21 de julho de 2013

Popeye Especial 60 Anos (Editora L&PM, 1989)






Álbum especial lançado pela L&PM em 1989, em comemoração aos 60 anos de Popeye. Desde 1919, os jornais da cadeia de William Randolph Hearst publicavam nos Estados Unidos uma tira diária humorística chamada The Thimble Theatre (Teatro no Dedal). A série, desenhada pelo jovem cartunista Elzie Segar, tinha alguns personagens já muito populares, mas no dia 17 de janeiro de 1929, entrou em cena uma figura que mudaria tudo. Popeye, o marinheiro, tornou-se em pouco tempo o personagem mais importante do Thimble Theatre, algum tempo depois a série acabou mudando o nome para Popeye.
No Brasil, a primeira aparição de Popeye ocorreu em 1936, no Suplemento Juvenil, com o título de Brocoió. O universo criativo que Segar colocava nas tiras de Popeye não tinha limites. Ele criou Dudu (Wimpy, que vivia obcecado por hamburgers), o garoto Zezé (LI'l Swee'pea) e outros personagens onde o real e o fantástico mesclavam-se com perfeição. A série era povoada por bruxas, sereias, reinos engraçados e animais estranhos, estes muitas vezes sem nenhuma definição zoológica convencional.


Scans: Márcio Adriano aKa Patomite
Essa edição é a que eu postei no "FARRA" a um tempo atrás...

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O universo criativo de Popeye


Desde 1919, os jornais da cadeia de William Randolph Hearst publicavam nos Estados Unidos uma tira diária humo¬rística em quadrinhos, The Thimble Theatre (mais ou menos Teatro no Dedal). A série, desenhada pelo jovem cartunis¬ta Elzie Segar, tinha alguns personagens já muito populares, como Castor e Olive Oyl, filhos do casal Nana e Cole Oyl. Ha¬via ainda Ham Gravy, com cara de bobo, o namorado de Oli¬ve. No dia 17 de janeiro de 1929, entrou em cena uma figura que mudaria tudo. Castor e Ham estavam se preparando para uma viagem marítima e precisavam de um marinheiro. Num porto, Castor aproximava-se de um cara vestido de marujo, com boné de marujo e uma âncora tatuada no braço e pergun¬tava: "Ei! Você é um marujo?" A resposta veio na hora:
"Você pensa que eu sou um cowboy?" Contratado para a viagem, Popeye, o marinheiro, tornou-se em pouco tempo o personagem mais importante do Thimble Theatre. A série aca¬bou mudando o nome para Popeye,e Ham Gravy, o primeiro namorado de Olive, dançou, perdendo o posto para aquela fi¬gura que se tornaria um símbolo no mundo dos quadrinhos.
No Brasil, a primeira aparição de Popeye ocorreu em 1936, no Suplemento Juvenil, com o título de Brocoió. Segar contaria, anos depois, que o modelo para Popeye foi um tipo que ele conheceu em Chester, lilinois, chamado Frank Rocky Feigle. Aposentado, Frank era pago para manter limpo o bar local. Vivia com o olho direito meio fechado, fu¬mava cachimbo e mentia muito. Não parava de contar aventu¬ras imaginárias, gabando-se das proezas de sua força física, garantindo que nunca tinha perdido uma briga. Suas histórias e maneira de proceder inflamaram a imaginação do garoto Elzi que, quando teve oportunidade, colocou Feigle em cem transfigurado em Popeye. Jamais poderia imaginar, porérr que o seu personagem seria tão famoso e com tanta permanêr cia no mundo do entretenimento, através dos Quadrinhos, C nema e TV.
Popeye é um falso franzino. Bruto, seu principal inimig e rival no amor de Olive (Olivia Palito, no Brasil) tem o dobr do seu tamanho. Mas Popeye tem um segredo. Cada vez qu come espinafres, ninguém pode derrotá-lo. Esta preferênci alimentar ajudou a mudar no mundo inteiro o gosto das criar cãs por esta planta. Tanto que, em 1937, auge da fama de Pç peye e seus companheiros, em Crystal Oty, Texas, uma da maiores regiões produtoras de espinafre nos EUA, erguerar uma estátua em homenagem ao marinheiro.
O universo criativo que Segar colocava nas tiras d Popeye não tinha limites. Além das figuras já citadas, ele crio Dudu (Wimpy, que vivia obcecado por hamburgers), o g£ roto Zezé (LI'l Swee'pea) e outros personagens onde o real e i fantástico mesclavam-se com perfeição. A série era povoad por bruxas, sereias, reinos engraçados e animais estranhos, es tes muitas vezes sem nenhuma definição zoológica convencic nal. Um destes animais, Eugene the Jeep, surgido em 1936, gs nharia maior fama alguns anos depois. Era um bichinho mági co que, apesar da aparente fragilidade, superava qualquer obi táculo e não tinha medo de ninguém. Quando o Exército doEUA ganhou um veiculo especial para terrenos difíceis, duran¬te a II Guerra Mundial, ele foi apelidado de Jeep, como Euge-ne. Até hoje, principalmente em regiões de estradas precárias, os Jeeps ainda circulam.
Após a morte prematura de Segar, a série foi continuada por desenhistas como Doe Winner, Bill Zaboly, Joe Musial e, principalmente, Bud Sagendorf. Jamais, entretanto, com a ima¬ginação e o talento criativo do realizador original. Algo que você pode muito bem comprovar aqui, nestas histórias clássi¬cas, pertencentes ao ano de 1933.
ELZIE CRISLER SEGAR nasceu em Chester, Ulinois, em 8 de dezembro de 1894. Seu pai, pintor de paredes, deu força ao talento artístico do filho. Mandou-o para Chicago, onde, em 1916, depois de um curto aprendizado, ele passou a desenhar profissionalmente. Três anos depois, Segar já estava em Nova Iorque, onde Hearst — figura que serviu de inspir cão a Orson Welles em Cidadão Kane — abriu para ele as p, ginas de seus jornais. Thimble Theatre, a principio, eram hi tôrias curtas, com piadas conclusivas, em quatro ou seis dês nhos. Logo, porém, as sequências tornaram-se mais longa Com a entrada de Popeye, a série firmou-se como aventura c< mica. Em menos de um ano, já era uma das tiras mais veicui;
das nos jornais norte-americanos. Segar, infelizmente, morre muito jovem, aos 44 anos. Ainda teve tempo de gozar um poi co da fortuna que o personagem arrecadaria nos quadrinho:
no cinema e na comercialização de produtos. Segar viveu os ú timos anos de sua vida num tranquilo rancho de 15 hectares n Vale de San Fernando, na Califórnia. Lá, plantava apenas. rabanetes. Curiosidade: a pronúncia da palavra Segar, nos E;
tados Unidos, é igual a cigar (charuto). Era por isto que Elzi sempre assinava as suas tiras com um toco de charuto aceso.




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